Textos e Reflexões


O ABC DOS BRINQUEDOS"


Brinquedo é coisa séria

É brincando que a criança se prepara para a vida. Na brincadeira ela assume vários papéis, treina, experimenta ser de diversas maneiras,e assim vai formando sua personalidade, e aprendendo a vida.


O brinquedo é um instrumento. Por trás dele há um mundo de descobertas, e por isso ele também é responsável pela formação e crescimento equilibrado e saudável das crianças. Por ser uma expressão da realidade vivida pela criança, ele não é um objeto supérfluo, mas sim, fonte de informação e de criação.


O brinquedo influencia o desenvolvimento das capacidades específicas da criança, como a coordenação motora, o raciocínio lógico, a capacidade de atenção, etc. Ele deve incentivar a ação, a percepção, o uso dos olhos, das mãos e do corpo, e não apenas uma tarefa a ser cumprida, uma indução à repetição.


Por tudo isso, muita atenção e carinho na escolha de qualquer brinquedo. Brinquedo é coisa séria.

 
Qual o brinquedo mais adequado para cada criança?

BEBES - Essa é a fase em que as crianças vão, pouco a pouco, descobrindo a cor, o som e a forma das coisas. Os brinquedos devem ser leves, resistentes, antialérgicos, ter sons agradáveis e não soltar tinta. As crianças que engatinham gostam de pegar tudo o que veem. Aproveite esta fase para que elas conheçam diferentes materiais oferecendo objetos de tecido, borracha, plástico, madeira, etc.


1 ANO - Agora as habilidades manuais e corporais devem ser desenvolvidas. Pode-se dar às crianças brinquedos de encaixe, abre-fecha, de empurrar, ou que estimulem a destreza das mãos no pegar, apertar, arremessar, etc.


2 ANOS - Com as habilidades manuais desenvolvidas, fica mais fácil para as crianças montarem e encaixarem peças. Aproveite e dê brinquedos que ofereçam múltiplas combinações, e o ideal seria conjuntos que permitam a compra de peças avulsas.

 
3 ANOS- É a época do "faz-de-conta". Qualquer brinquedo que estimule a fantasia e a criatividade das crianças é bem vindo. Bonecos, miniaturas, fantoches, teatrinhos, fantasias, tudo que permita a dramatização do que veem no dia a dia.


4 ANOS - As crianças já começam a brincar em grupo. Qualquer brinquedo que estimule a destreza e a competição é indicado nesse período.


5 ANOS - Os jogos de raciocínio e memória se adaptam às crianças que dominam sua motricidade e inventam regras. São os jogos de memóiria, quebra-cabeça, ou seja, os jogos de regras simples.


6 ANOS - Nessa fase as crianças já tem "vontades", elas querem atividades com regras mais complexas. Você precisa saber o se informar, qual a preferência ou tendência da criança antes de comprar, por exemplo, um jogo de tabuleiro, quando ela adoraria um violãozinho.

 
ATENÇÃO!

 
A propaganda nem sempre indica os brinquedos mais adequados. Procure conhecer bem o brinquedo anunciado, verificando pessoalmente suas características, tamanho, função, componentes, número de peças, etc. Preço é coisa de adulto. Nem sempre o brinquedo mais caro é o melhor, mais criativo e atraente.


Veja op brinquedo fora da embalagem para saber o que está comprando. Uma embalagem bonita pode esconder um brinquedo decepcionante. Teste o funcionamento, a resistencia do material e o acabamento para ter certeza do que se está comprando.


Não se impressione com quantidade de peças e acessórios. Quantidade não é qualidade. Evite a compra de brinquedos que são mais para olhar do que para brincar, aqueles que fazem tudo sozinhos.

 
"CRIATIVIDADE. Uma opção que cresce a cada dia."


Uma das formas mais interessantes de brinquedo, a nível de eficácia pedagógica, é o brinquedo inventado a partir da improvisação. Usando materias simples, e até sucata (pedaços de pano, cordas pequenas e limpas, embalagens variadas, caixa de papelão, tampas, etc), pode-se, muitas vezes, construir brinquedos muito interessantes.


Essa é uma opção cada vez mais usada nas escolas e ambientes familiares, independentemente de suas condições econômicas. E, principalemnte, dividir com a criança o prazer de transformar algo inútil ou feio em algo útil e belo, é ensinar o valor e o encanto das pequenas coisas.


Secretaria de Defesa do Consumidor - 1989


Governo de São Paulo








Alimentação Infantil Saudável

Autor: Fania Szydlow Benchimol - Nutricionista
Talvez uma das mais difíceis tarefas para quem cuida seja educar. O que vale a pena permitir e o que vale a pena negar fazem parte de um estafante desafio diário. Com a alimentação não é diferente, já que a construção de bons hábitos alimentares está diretamente relacionada ao processo de educação.

Tudo fica mais difícil quando pensamos que não há regras ou manual de instruções. Por outro lado, fica mais fácil se obedecermos à lógica e ao bom senso nas decisões. Seja como for, ao longo do tempo, é possível observar os resultados deste processo, satisfatório ou não. Por esta razão, vale a pena investir em tempo, persistência, e, acima de tudo, buscar confiança nas decisões tomadas.

Começar a educar o paladar não adoçando os sucos de frutas naturais pode ser a primeira providência. O sabor verdadeiro das frutas é, sem dúvida, mais saudável. Evitar sempre os refrigerantes, líquidos sem valor nutritivo, também vale a pena. Outra dica é oferecer líquidos antes e após as refeições, não durante. Guloseimas? Não valem à pena. Muitos sabem, por outro lado, que compensa insistir em um cardápio diversificado, equilibrado, incluindo preparações criativas de boa aceitação. Para isso horário e rotina são fundamentais. É certo que assim bons hábitos estarão sendo instituídos. Mas não é só isso! Educação passa também por atitudes que tomamos diante das mais diversas situações.

Assim, fortes (e negativas!) relações com a comida podem ser estabelecidas diante do consolo, chantagem, punição ou premiação com alimentos. Comemos por fome, também comemos por ansiedade, por consolo ou recompensa, uma infinidade de emoções e associações estabelecidas ao longo de nossas vivências. Muitas solidificadas ao longo da infância!

Ainda pensando no futuro, a sugestão é insistir, nunca forçar a alimentação. Novas formas de preparar o alimento em questão, maior freqüência na oferta, substitutos por outros alimentos do mesmo valor nutricional, conversas, histórias ou até mesmo uma boa companhia para as refeições podem ser ótimos recursos.

Ao ser obrigada a comer, a criança é desrespeitada e sofre uma agressão, comparada a qualquer outro tipo. Além disso, ela perde a oportunidade de saciar o seu apetite, segundo a sua vontade, comer passa a ser uma punição.

Muitas crianças são firmes em suas decisões, tornando algumas negociações bastante difíceis, é verdade. Mesmo assim, vale a pena insistir. Os recursos são muitos e variados: boas conversas com profissionais de saúde podem ajudar a esclarecer a importância de uma alimentação saudável. O segredo também pode estar na aquisição de livros sobre alimentação. Coloridos e atraentes são presentes preciosos. Além disso, os estudos do corpo humano e dos alimentos através das lições da escola podem ajudar a cultivar o interesse pelo tema. Por outro lado, cardápios equilibrados em casa são fundamentais, lembrando que tudo começa pela oferta! Ainda no território da cozinha, a culinária para as crianças pode (e deve) ser incentivada. Através da prática, muitas receitas saudáveis e saborosas podem ser testadas com as mãos na massa. Vale à pena insistir. Ótimos resultados para a saúde futura certamente virão!





Agressividade Infantil



Você criou com carinho, deu atenção, brinquedos, boa escola, o melhor do seu tempo livre, mas parece que seu filho é mais agressivo e menos amoroso que a maioria das crianças que você conhece.

Quando contrariados, eles batem porta, gritam, batem, chutam, deixando os pais sem saber como agir. As razões podem ser desconhecidas para você, mas é preciso prestar atenção e tentar descobrir o porquê de tanta revolta. Algo pode não estar bem: separação dos pais, ciúme do irmão, ansiedade, problemas na escola... E para decifrar o comportamento, em alguns casos, é preciso da ajuda de um psicólogo.

A psicóloga Bianca Bortolotti, explica que existem vários fatores que podem gerar agressividade numa criança. “Desde presenciar constantes agressões físicas dentro de casa, ser vítima de abuso sexual, até ter transtornos como bipolaridade e hiperatividade”, alerta.

Bianca, que já atendeu casos de crianças vítimas de violência física, sexual, psicológica e negligência, encaminhadas pelo conselho tutelar da cidade e pelo Ministério Público, conta que, para demonstrar a frustração, a criança pode ter ataques de violência, com socos, chutes e beliscões, ou fala enfurecida, com palavrões e gritos. “Além disso, as crianças em crise tendem a fugir ou se isolar após o momento de conflito”.

Seja qual for a origem da agressividade, antes de cobrar do filho uma atitude positiva e carinhosa é preciso atentar à forma como os pais tratam os outros e como reagem quando são contrariados. “Resolvido isso, eles devem sempre se perguntar o que pode estar gerando esse sentimento no filho. E sempre se posicionar contra a agressividade. Jamais estimular”.

Alguns pais tentam mascarar a situação, usando desculpas como “a avó anda mimando demais”! Ou “ele não dormiu bem essa semana”. “Mas quando a agressividade torna-se freqüente, não vale a pena mascarar. Quanto antes resolver, melhor”, explica.

Segundo ela, cada família encontra sua forma de reverter qualquer situação. “Mas uma coisa nunca falha: abra com seu filho um canal de comunicação, onde ambos têm acesso para encontrar um caminho de paz”

Os limites, as leis e o papel dos pais em transmiti-los aos filhos

Autor: Fernanda Travassos - Psicoterapeuta

Muitas vezes nos parece fácil falar de limites. Educadores e psicólogos enumeram uma série de regras e “Porquês” do que se deve ou não fazer com uma criança para transmitir-lhes os tais “limites”. Mas por que na prática isso se torna uma tarefa tão difícil? Por que os pais tantas vezes se vêem esgotados em repreender os filhos, e na maioria das vezes, não obtém resultados?

A questão do limite no desenvolvimento de uma criança é muito mais complexa do que se imagina e são justamente os pais (ou aqueles que cuidam da criança), os grandes responsáveis pela sua adaptação crítica as regras sociais.

Bom, você deve estar se perguntando o porquê desta questão ser tão complexa, e também o porquê qualquer teoria acerca do comportamento infantil não ser capaz de “dar conta do recado na hora H”, isto é, na hora de impor limites a uma criança.

A resposta para essa questão é de que essa complexidade se funda na forma através da qual os limites são passados. Na verdade, trata-se de um aprendizado puramente emocional e, portanto, tratar de teoria neste momento não ajuda muito.

A maior dificuldade encontrada nesse aprendizado sustenta-se na afirmativa: os pais, ao tentarem impor limites para seus filhos, inevitavelmente estarão tendo que lidar com suas próprias questões e problemas relacionados a limites.

Entendendo-se a palavra limite como regra ou lei em geral podemos citar alguns exemplos. Um pai ou uma mãe que teve dificuldade em internalizar ou aprender limites dados pelos seus próprios pais, terão dificuldades em transmitir esse aprendizado aos filhos, pois estarão tentando passar um aprendizado que não se afirma na prática cotidiana. Um pai que tem como habilidade cometer excesso de velocidade ao dirigir veículos, certamente não poderá convencer seu filho de que ele não deve cometer excessos, pois ele mesmo não respeita esses limites.

A partir desse momento creio que “papais e mamães” já estejam começando a compreender porque impor limites para um filho é tão complicado. Na verdade, esta complicação surge por que o tempo todo estamos lidando com nossos próprios limites, atualizando-se e revivendo a maneira pela qual estes nos foram transmitidos pelos nossos pais.

Neste momento lembro-me daquela antiga frase: “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço.” Isso porque a maioria dos pais busca dar limites aos filhos dessa forma, repreendendo a criança a cometer excessos, porém praticando atos excessivos, como por exemplo, bater com violência.

Infelizmente, não posso ensinar aos pais o que fazer durante o aprendizado dos filhos, (até porque cada casal é diferente e cada filho também), todavia, constitui-se tarefa fundamental para os pais durante esse processo rever suas atitudes, crenças e valores, procurando transmitir aos filhos apenas aquilo que lhes seja legítimo.

É importante, ainda, dizer que os pais devem sempre representar figuras de autoridade diante dos filhos, porém isto não necessariamente significa que desempenhem apenas funções punitivas. A figura da autoridade deve ser firme porque esse papel primariamente desempenhado pelos pais e respeitado pelas crianças, será futuramente desempenhado pela sociedade e retratado pelas leis.

Dessa forma, a figura de autoridade dos pais, a maneira pela qual a criança vai lidar com esta e com os limites, constitui-se a base para a introjeção das regras sociais e adaptação a elas na idade adulta.